Foi numa noite de primavera,
Que me convidas-te para sair,
E eu não fui,
Não fui porque disse que de cinema não gostava,
Não fui por me sentir doente de amor,
Sabes o que é?
É sentir borboletas a voar dentro de ti,
É sentir um aperto que te afoga,
É sentir o coração pequeno para tanto sentimento forte,
É sentir algo que nunca tinha sentido,
Conseguis-te despertar em mim, algo novo, algo mágico,
O amor,
E por ser tão forte o que eu sentia,
Eu resistia, eu não agia,
Porque tinha medo do que estava a sentir,
Medo de ser só eu, a estar assim,
Confusa dentro de tantos sentimentos,
Aos quais não sabia como gerir,
Confusa, porque nunca me tinha deparado com esta bela doença,
Estava a descobri-la,
Talvez tivesse errado,
Talvez devesse ter ido contigo nessa noite,
Talvez fosse tudo um erro o que fiz,
Mas o que sentia e sinto era e é a mais pura das verdades...
Foi numa noite de primavera,
Que te dirigis te a mim,
E me tocas-te
Beijas-te-me,
Foi como se tivesses parado o tempo,
Apenas existíamos só nos dois,
Neste mundo, nesse momento era perfeito,
Ao conseguires parar o tempo,conseguis-te também deixar-me sem palavras,
Minha boca secou,
E nem uma palavra pronunciou,
Não foi por falta delas em meu coração,
Foi pelo forte sentimento que ao coração chegou,
Apertando a minha força para falar,
E dizer quando és importante para mim,
Por que sim, és muito importante.
E nesta noite o aperto do meu coração foi ainda maior,
Estava feliz,
Mas ao mesmo tempo angustiada e triste,
Perdi tempo no silêncio,
Quando podia ter aberto o meu coração,
Quando podia ter mostrado o quanto gosto de ti,
Quando podia dar-te provas que gostava de ti,
Mas não, fiquei imóvel, fiquei sem voz,
Apenas nos beijamos,
E as palavras, as confissões ficaram por dizer...
Outras tantas noites que nos encontramos,
Agora no verão,
E eu continuei na minha,
Sem dar voz ao coração,
Deixando talvez o teu ferido,
Deixando o teu triste,
Deixando o teu só,
Não por falta de voz no coração,
Não por falta de palavras,
Mas por falta de coragem para as pronunciar,
Pois elas na cabeça estão bem estruturas,
Estão bem pensadas,
Talvez seja esse o meu mal,
Pensar de mais e agir de menos,
Talvez seja esse o mal,
Ocupar me a pensar e a repensar,
Deixando o que deve ser dito e feito por fazer,
Deixando pessoas, como tu, à espera.
Hoje choro,
Por ter perdido oportunidades,
Por te ter perdido talvez,´
Choro por te amar
E não ter geito para te demonstrar,
Talvez como gostaria...
Hoje sinto aperto no coração,
Um aperto que me sufoca a respiração,
Uma angustia que me impede de sorrir,
Hoje sinto que já podia ser feliz,
Hoje sinto, que deixei escapar,
Alguém, que eu só queria amar...
Amar é algo que não explica,
Não se define no palavra,
Apenas sente-se,
Num coração apaixonado...
Amor é um feitiço lançado,
Na qual quem é enfeitiçado,
Não entende o porque de amar aquela pessoa,
Não entende a razão pela qual a ama,
Apenas sente que é com ela que o amor faz sentido,
E o amar é o verbo a partilhar com ela...
Susana V