sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vivas no quadrado...


Nos quadrados pretos,
Encontramos um botão,
Acendendo a iluminação
Que mora por de trás dos pixels pretos,
Trazendo as pessoas vivas, à televisão…

É o botão mágico,
Que abre a caixa imóvel,
Descobrindo o vivo,
Que há na tv imóvel, no móvel…

São as divas personagens,
Que vemos todos os dias,
Através do ecrã estático,
Que nos proporcionam grandes viagens,
Ao imaginário,
Ao real,
À vida quotidiana que vivemos,
Mas que nem sempre apreciamos,
Proporciona-nos passagens pela miragem da vida...

É na companhia das personagens,
Que preenchemos nossos serões,
Enrroscados em cadeirões,
Vamos enchendo nossos corações,
De puras emoções,
Vividas nos ecrãs das televisões...

Muitos serões permaneci,
Sentada no sofá,
A espera de ver as personagens vivas,
As minha series preferidas,
Aquelas que me encantavam
E as que me fascinavam...

No meio do elenco,
Destacava personagens,
As minhas predilectas,
As que me identificava, não sei bem,
As que eram boazinhas, também não serei ao certo,
As vilãs, dificilmente seria também,
Não sei, porque escolhi certas personagens,
Para serem as minhas predilectas,
Não sei o porque, mas sei o porque sim,
Porque eram aquelas que tinham coração puro,
Que conseguiram entrar no meu tesouro,
Fazendo dele vazo,
Semeado a flor da admiração...

A admiração que crescia a cada episódio,
Dentro de meu coração,
Era de tal modo grande,
Que as personagens tornavam-se,
Parte da minha vida...

Meu coração ficava cheio,
Cada vez que as via nos ecrãs estáticos,
Dançando, representando,
Acima de tudo encantado

Hoje meu coração não está cheio,
O botão mágico, acende a televisão,
Mas as personagens não acedem todas,
As minhas personagens predilectas perderam-se na escuridão,
Voaram para o céu,
Onde lá o ecrã escuro é maior,
Para que as estrelas possam brilhar,
Sempre sem parar...

Eu deixei cair várias lágrimas perdidas,
No rosto de quem só tinha o vazio deixado,
Por quem um dia marcou o cheio...

Susana V

Primos


Os meus primeiros amigos,
Os meus primeiros ídolos
Convosco vivi as minhas primeiras alegrias,
As minhas primeiras brigas

Foram as primeiras pessoas
Com quem convivi,
Com quem cresci,
Com quem aprendi

Foram eles que me desenharam
Meio à sua medida,
Segundo os seus padrões

Depois de tantos anos passados
Ainda partilhamos os mesmos gostos,
As mesmas opiniões

Em criança me moldaram
Com todos os repetidos dias
Que comigo passaram

Hoje sou adolescente, quase adulta
Hoje sou diferente de todas as raparigas
Não digo melhor ou pior,
Não digo mais ou menos astuta

Sou apenas alguém que cresceu com rapazes,
Com os primos de sangue e coração

E agradeço essa dádiva
É graças a eles que não sou normal
Foram eles que me tornaram especial

Não sou feminista,
Não sou maria-rapaz
Sou pela igualdade,
 Sou pela originalidade

Sou igual
A quem me marcou
Sou original
Graças a quem, desde sempre, me acompanhou

Marisa V

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Guião intocável


Pode o mundo ser tão pequeno
Que me cruzo com toda a gente?
Pode o mundo ser tao grande
Que nunca te encontro?

Pode a vida me pregar partidas
Sem dar conta
Do que realmente está a acontecer?

Poderá haver coincidências
Que me põe a pensar
Como é possível,
Será carma ou destino?

Será o destino tão matreiro
Que não me deixa exercer qualquer poder
Sobre a minha vida
Escolher quem entra, quem sai
Para onde vou, com quem vou

É tudo tão vão,
É tudo tão pragmático,
É tudo tão impessoal

Parece não haver opções de escolha
Parece não haver poder
Parece não haver liberdade

De escolher o caminho que quero seguir
Aquele que segue até onde quero ir
Partilhá-lo com quem quero seguir

Queria um destino escrito por mim
Tenho um destino escrito por algo ou alguém
Que não sei bem o quê ou quem
Tenho uma vida inexplicável
Sem uma mudança à vista
Neste guião intocável

Marisa V

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fado


Num fado triste me revi
Num fado sentido me entristeci
Senti a alma da minha pátria
É este o meu fado,
É esta a minha sátira

Guiada pelo choro da guitarra
Sentida pelo gemido da voz
De quem canta,
De quem teve uma vida sofrida

Trás dor no canto
É o fado de todos nós

Tem choro na garganta
Nessa mágoa que canta
Numa lágrima transparecida na voz

Num grito por liberdade do sufoco
Sinto a dor da tua verdade
Fado
Que não se ouve por ouvir
Que se aprende a sentir

Marisa V

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Saudade...

Com sete letras escrevo
A palavra saudade,
O sentimento puro,
De quem não sabe com quantas letras,
Escreve seu verdadeiro significado…

Saudade é um misto de sentimentos,
Onde a saudade é um frasco de cristal,
Começa por ser um frasco vazio,
Mas à medida que convives,
Que vives,
O frasco vai enchendo,
Com amor,
Amizade,
Com alegria,
Os sentimentos que vais recebendo,
Quando convives…

Vais vivendo, vais recebendo sentimentos,
Vais guardando-os no frasco de cristal,
Certo dia, as pessoas que te proporcionaram alegria estão distantes,
Aqueles que te deram amor e amizade estão longe,
Do alcance dos teus braços,
Para que os possas abraçar…

É aí que o frasco se parte em pedaços de tristeza,
Espalhando todos os sentimentos no chão,
Aqueles que te dão a razão,
Da libertação da saudade em que vibra o teu coração…

Saudade escreve-se com sete letras,
Envolvendo mil sentimentos,
Que explodem num só coração…

Susana V

Trabalhar com coração

Somos uma peça essencial,
Em cada casa que servirá de bem-estar,
Somos gentes que queremos dar um toque especial,
Nas vidas que moram,
Por de trás das faces frisas,
Das rugas enrugadas,
Contando cada ruga, uma história,
Encontrando em cada história, uma memória…

Somos uma ferramenta fundamental,
Da mala do construtor da sala de convívio,
Da sala cheia de vidas,
Recheada de recordações,
Do passado marcado,
Na mente de quem pensa,
No presente,
Querendo o passado que não volta…

Somos uma peça,
Somos uma ferramenta,
Somos os Animadores Socioculturais,
Aqueles bens essenciais,
Em cada casa de bem,
Em cada lugar que se preocupa,
Com o essencial da vida,
A felicidade do outro…

Somos interpretados como palhaços,
Que fazem umas macacadas,
E que tudo se ri,
Que nos transformamos em bonecos,
E que tudo se ri,
Mas muitos esquecem-se que nós,
Não somos palhaços,
Somos Animadores Socioculturais,
Aqueles seres humanos que sabem dar abraços,
Não com uns braços de palhaço,
Com uns braços de humano,
Somos aqueles que beijam,
A face marcada de histórias,
Não com a boca de palhaço,
Com a boca de humano,
Somos aqueles que trabalham,
Em prol do bem-estar,
Dando a própria cara,
Não escondendo-a por detrás de uma máscara,
Que não é a nossa,
A mascara do humano,
Aquela que só em mim serve…

Sou uma ferramenta essencial,
Em cada resposta social,
Sou uma peça fundamental,
Em cada vida, de forma especial…

Sou a peça de união,
Entre os velhinhos e a nova casa,
A casa que por muitos,
É encarada como ultima morada,
Sendo um engano, tal impressão,
Deve ser encarada como casa de férias,
Uma casa de repouso,
Com atenção e compreensão,
Existindo atividades e muita diversão,
Existindo a chave que abre a porta,
Para a melhor vida,
Aquela em que se descansa,
Vivendo e fazendo o que nunca se fez,
Criando o que nunca se pensou,
Realizando trabalhos que eram sonhos,
Passeando por infinitos locais nunca visitados,
Tendo sempre ouvidos disponíveis, para ouvir
Braços esticados, para abraçar,
Boca pronta, para beijar,
Coração aberto para amar…

Somos os difusores de ideias,
Criamos espaços antigos,
Em novos espaços de férias
As moradas para a nova vida,
A vida com qualidade,
Aquela em que somos essências,
Tornando-nos especiais para os velhinhos,
Os turistas desta vida que é uma passagem ….

Eu escolhi ser Animadora Sociocultural,
Os idosos escolheram-me como fiel amiga…

O mundo está nas mãos de quem luta,
De quem luta pelo que acredita,
Eu acredito, que um dia seremos mais valorizados pelas casas de férias,
Que somos peças essências, não indispensáveis,
Que somos fundamentais na vida,
De quem pelos corredores incolores se deslocam.
Procurando novas luzes de vida…

Defenderei sempre Animação Sociocultural,
Como sendo o motor do meu coração...
Vital para minha sobrevivência,

Amarei sempre os idosos,
Até ao dia em que conseguir ir ao céu e voltar…

Amarei sempre,
O que mais amo fazer,
Animação com coração…

Susana V

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cinco minutos


Já passaram dias, semanas, meses
Desde a tua última visita
Desde o nosso último adeus

Foi mais uma despedida
De tantas que já passei
De tantas que em seco chorei

É sempre a mesma coisa,
Um adeus e um beijo,
Um acenar de mão
Até desapareceres no horizonte,
Um engolir em seco das lágrimas
Que teimam em aparecer

E depois de tantos dias, semanas, meses
Chegou o dia por que tanto ansiei
Desde o segundo em que te vi partir
Pela última vez

Já passou tanto tempo
Sendo o tempo relativo
E para mim
Cada hora sem ti
É um inferno infinito

Mas hoje não há tristezas,
Não há distâncias
Hoje há alegria,
Há proximidade,
Há cinco minutos de união
Que me recarregam para os próximos meses
Enquanto não estás aqui

Não te peço mais nada
Senão estes cinco minutos
Em que te posso ter a meu lado
Que amanhã se transformam em recordação

Não é muito tempo que temos para partilhar
Tantos meses de distância,
Tantas histórias por contar

Mas as histórias são pormenores
O que me é importante
É recordar
A tua maneira peculiar de falar
A tua cara sempre com um sorriso para dar
O teu beijo e abraço
Que reforça este nosso laço
A sensação de realização e felicidade
Quando fazes parte da minha realidade

Tudo o que consigo absorver
Nestes cinco minutos
Distanciados entre milhares de quilómetros
Para os próximos tempos sem ti
Poder ter-te no coração
Como uma presença constante

Perpetuo cinco minutos
Onde me completas,
Onde me descubro um pouco mais
Ouvindo um pouco mais sobre ti

Cinco minutos eternos
Que me acalmam o coração
Mas que não chegam para saciar
A saudade incessante

Marisa V

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ingenuidade


Não!
Já não vou em conversas alheias
Cantigas encantadas
Dos outros que não sabem cantar

Já não quero conselhos
De gente vivida
Que viveu por outros
Que a aconselharam sem pensar,
Despersonalizados
Com a personificação alheia

Estou cansada
De disse que disse,
De que era melhor assim do que ali,
De que era melhor a reta do que a curva
De opiniões pessoais e limitadas
Que não se encaixam em mim,
Não me dizem o que quero ouvir
E muito menos o que preciso para seguir

Ensurdeço os meus ouvidos
Às palavras gastas e vazias
Que ecoam por entre transeuntes
Fingindo ser notáveis e precisos
Mas no fundo, tão ausentes
Desta minha vida

Sigo apenas os meus sentidos
Sem me deixar levar
Por este ou aquele
Que me possa influenciar

Liberto-me de todas essas forças
Que empurram para o que não quero
Livre da ingenuidade
Perante alheios difusos

Caio apenas ingenuidade
Perante a minha imagem sem sombra
Na sombra dos meus sentimentos confusos

Marisa V 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O poema é...


O poema é um desabafo da alma,
Um sentimento imaginado,
Um grito mudo
Do poeta que fala calado
A escrever

O poema é um olhar indiscreto
Para os olhos transparentes
Do poeta que escreve quando sente
E quando não sente, imagina um sentimento
Tão forte quão o sentido

O poema é um raciocínio completo
De um coração partido
De um sonho repartido

O poema é a rotina quebrada
No asilo da dor
No desabafo da saudade
Na declaração de amor
No apego da paixão
No desequilíbrio da razão
No bater do coração

Marisa V

Grande amigo...

Num final de tarde, 
Corro para o meu porto de abrigo,
Corro para o mar, o meu grande amigo…

Passeio paralela às ondas,
Às damas vestidas de branco,
Preparadas para testemunharem,
O casamento do mar com a areia,
Logo que chegarem,
Há praia, à maior festeira …

Vou caminhando,
Lado a lado ao por do sol
Aquele que brilhou,
Mas que agora descansou,
Nos braços das nuvens,
As que com quem casou…

Agora corro, na areia molhada,
Por baixo do céu alaranjado,
A cor que lhe dá o sol,
Nesta tarde iluminada,
Pela alaranjado,
Que é agora o sol…

Passeio, caminho, corro,
Paralela ao meu porto de abrigo,
O mar,
Aquele que me abre sua porta,
Mesmo sem uma casa,
Aquele que oferece um ouvido,
Mesmo sem possui-lo,
Aquele que abraça,
Mesmo sem ter braços…

Porto de abrigo,
É o mar o meu grande amigo…

Aquele que pouco tem,
Mas que muito dá….

Susana V

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Queria...

Queria poder chegar até ti
Saber como estás sem mim,
O que andas a fazer por aí

Queria voltar ao passado
Que erámos e parar o tempo
E viver contigo na infinidade

Queria saciar esta saudade
Que me inunda de lagrimas
Quando penso em ti
Em tudo o que passou
E no que jamais irá passar

Queria calar o meu coração
Que só por ti sabe chamar
Não me deixando apagar
Todos os meus desejos
Que me estão a magoar

Queria controlar o meu pensamento
Que te procura e te grita
Em qualquer lado,
Em qualquer pessoa
Por entre colinas de lembranças
E mares de desgostos

Queria abrandar este vento
Que me empurra de um lado para o outro
Criando remoinhos no meu caminho
Impedindo-me de ir atrás de ti
Deixando-me a querer
Um dia poder te esquecer
Quando no fundo
Eu só te queria ter

Marisa V

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sonho ir e voltar…

Sonho poder tocar,
Na estrela brilhante,
Que de lá longe me sabe encantar,
Pelo sua luz fascinante,
A luz cheia de magia nesta noite de luar …

Sonho poder beijar,
A face rosada da lua corada,
A princesa que ilumina esta noitada,
Com a sua luz de luar…

Sonho poder abraçar,
O corpo da lua,
Hoje magrinho, amanha gordinho,
Hoje a mentir, amanha a dizer a verdade,
Sonho entrelaçar,
Meus braços, com a fada deste eterno luar…

Sonho voar até ti,
Poder-te tocar,
Sentir a chama da tua luz,
Poder-te beijar,
Sentir o teu sabor de luz
Poder-te abraçar,
Sentir o teu calor de eterna luz…

Sonho ir e volta,
Ao céu numa noite de luar…

Sonho ir e voltar…

Susana V

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Lágrima perdida

Uma lágrima perdida
Corre sobre o meu rosto
Sai do seu posto à tua procura
Não aguenta a saudade
E vai correndo em liberdade
Deixando a marca da sua passagem

Ao chegar ao fim da sua viagem
Acaba por não te encontrar
Desaparece como uma miragem
Como tu partiste sem te poder agarrar

Marisa V

sábado, 18 de agosto de 2012

Ainda escrevo o teu nome areia!


Ainda escrevo o teu nome na areia
Num passeio à beira-mar
Num fim de tarde dourado
Pela recordação assombrado

Ainda penso em ti antes de adormecer
Por entre uma lágrima perdida
E um soluço escondido
Por não te ter ao meu lado
Como quando dormíamos abraçados

Ainda me invades os sonhos
Onde estamos só os dois
Apaixonados como antigamente

Quando acordo de repente
Perdida entre o sonho e o real
Vindo da saudade
De te ter,
De te sentir,
De te pertencer

Por mais tempo que passar
Não te consigo deixar
Fico presa ao passado
Passado contigo

Levado na corrente da dor
Num mar que já foi nosso
Onde agora te revejo na solidão
Trazendo-te apenas no coração
E não como em tempos,
Guiando-me pela mão,

Mão vazia agora vagueia
Pela areia molhada à beira-mar
Onde te relembro mais uma vez

Ainda escrevo o teu nome areia!

Marisa V

Chama acesa…


Numa noite de verão,
Uma noite tranquila e quente,
A luz que toda a gente,
Mantinha acesa para iluminar a escuridão,
Apagou-se…

Em cada casinha,
Via-se pequenas luzinhas,
As velinhas
Que com a sua chama,
Iluminavam a cozinha,
Onde toda a gente permanecia,
Comendo a sopinha,
O jantar deste dia…

Eram velas no centro da mesa,
Iluminado a sala de jantar,
Eram estrelas cadentes,
Espreitando pela janela do lar,
Iluminado os sonhos das gentes,
Sentadas a mesa a jantar…

A luz inesperada,
Tornou o jantar especial,
Tornou-o diferente,
Nesta noite encantada,
Pela escuridão,
Pela beleza do que é natural,
A luz criada pelo homem...
A chama…

O jantar deste dia,
Teve um sabor especial,
Teve um encanto jamais esquecido,
O encanto nem sempre concebido…

As estrelas espalharam luz,
No seu manto escuro,
Espalharam magia,
Em cada pessoa que saia à rua,
Para ver a luz da alegria,
A luz da estrela cadente,
Aquela em que, cada um pede um desejo,
Aquela que brilha mais, que todas as outras,
Aquela que te ilumina…

Numa noite aparentemente normal,
Surgiu numa noite fenomenal,
Onde a chama permaneceu acesa,
Nos corações de quem por ela foi iluminada,
Onde a estrela cadente ouviu cada desejo,
De quem por ela foi encantada…

A chama nem sempre aparece visível,
Nas tuas noites,
A chama aparece sempre invisível,
Nas tuas noites,
Enroladinha no teu coração,
Só tens de cuidar dela,
Deixando que a chama nunca se apague,
Deixando que os desejos vivam,
Sempre com uma grande chama,
Dentro da base da vela,
O coração…

Susana V

União Poética

A poesia mora dentro de cada um,
Que vibra com cada frase escrita de coração,
Sentida com emoção,
De quem lê o que escreve,
Lendo o que precisa de ler,
Aliviando sua recordação…

A poesia mora dentro da caneta,
Que cada um usa, para escrever,
Cada palavra,
Cada estofe,
Para escrever a tinta,
O que devemos ao mundo enaltecer,
A escrita…

Poesia mora dentro do papel,
Que cada um deixa marcado,
Com a sua inigualável escrita,
Onde cada um desenha as suas letras,
Decorando o papel,
Com desabafos de letras sentidas,
Do coração apertado…

A poesia foi o cupido,
Que uniu a caneta e o papel,
Com um nó inquebrável,
Conduzindo-os ao coração,
De quem testemunhou sua união …

Poesia é papel e caneta na mão,
E desabafo deixado pelo coração…

Poesia é tratar,
A caneta e o papel por TU…

Susana V

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Apagam-se as luzes


A minha vida é um turbilhão
Gira vagaroso
Por onde passa é desastroso

Aparece rápido
Desaparece num final sádico

Não tenho segurança
No chão que piso
Não tenho confiança
No que me rodeia
Não posso afirmar que tudo irá correr bem
Não posso fazer grandes planos

De um momento para o outro
Algo acontece
Tudo muda
E até ao derradeiro cair dos panos
Só a incerteza padece

E quando tudo parece
Não poder piorar mais,
Apagam-se as luzes
E o chão que piso
Parece ainda mais inseguro
E o que te rodeia
Parece ainda mais ameaçador

Marisa V

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Frases feitas


Frases feitas me dizem
Que não posso ter tudo,
Que tenho que optar por isto ao invés daquilo
Que tenho que estar com este ao invés do outro

Frases feitas me fazem
Aceitar a vida como ela é
Sem muito lamuriar

Frases feitas
Paradigmas da sociedade
Justificações do destino infiel
Assombram uma possível realidade

Quem me dera fazer das frases feitas
Apenas palavras desfeitas,
Refazer o meu destino
Não ter de pensar no isto ou aquilo
Não ter de optar por este ou aquele

Quem me dera escrever
Um poema do futuro
Para guiar o meu destino
Para traçar o meu próprio caminho
Por entre rimas de estradas
Nesta minha vida cruzadas
Desfeita de frases feitas
Que me enfeitiçam numa desfeita

Marisa V

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Escutei-o porque quis


Foi com grande emoção
Que o vi hoje
Na sua celebração

Foi como se todos estes anos passados
Não tivessem existido
Como se ainda há uns dias o tivesse visto,
Mas não,
Afinal passaram anos desde a sua partida

Para ser franca já nem estava presente
No meu pensamento,

Em tempos fora uma rotina
Hoje foi um acontecimento
No qual me debrucei
E, inconscientemente, me dediquei

Parei para o ver,
Parei para o ouvir,
E foi tudo tão natural
Como dantes era habitual

A sua voz,
A sua cara,
A sua maneira de falar,
As suas mensagens

Sempre tão profundo,
Sempre tão contente
Em tudo o que diz,
Naquilo que faz

Outrora via-o frequentemente,
Ouvia a sua mensagem
Que cativava toda a gente

Hoje foi diferente,
Parei e escutei atentamente
O que dizia
Feliz

Porém fiquei com pena,
Não triste, com pena
De antigamente, por ser tão nova,
Não o ter escutado,
Apenas ouvido

E agora, que tinha idade e maturidade
Para o escutar,
Para receber a sua mensagem
Não consegui como queria
Ou talvez como devia

A verdade é que depois de tanto tempo
Mudei
Apesar de uma vida regida
Pela doutrina que defende

Já não é bem a minha crença
Eu cresci,
Passei por várias situações,
Conheci pessoas diferentes,
Partilhei de novas experiências
Com novas pessoas, com outras vivências

Não sei o que foi,
Nem tão pouco, como foi
Ou mesmo porque foi
Simplesmente mudei

Mudei as minhas rotinas,
Mudei a minha forma de pensar,
A minha forma de agir,

Criei a minha própria filosofia
Baseada na minha história,
Nos meus ideais

Contudo não pude deixar de o escutar
Porque de uma maneira ou outra
As suas palavras acabaram por me tocar

Não sei se foi do gosto de o rever
Não sei se foi por ter feito parte da minha vida
De ter acompanhado a minha meninice

Mas desta foi diferente
Escutei-o porque quis,
Talvez porque se não o fizesse
Alguém ia perguntar o porquê de não o fazer
E isso era algo que não queria dizer
Pois o que é simples para mim
Para os outros não é bem assim

Apesar de tudo foi agradável
Revê-lo, reouvi-lo
Porque tudo o que nos marca positivamente
No passado em que sorrimos
No presente em que vivemos
É sempre bom recordar 

Marisa V

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

És a dança


A noite escura sussurra o teu nome
Por entre gritos furiosos
Está um calor estranho no ar
A música começa a tocar
E a pista improvisada
Enche-se de luz

Surges por entre a multidão
Ficas bem no centro
Dos bailarinos já presentes
Danças como ninguém
É algo que vem de dentro,
Da alma, do coração

Controlas a dança
Controlas os bailarinos
Controlas tudo o que te rodeia
Apenas com os teus passos
Que te fluem tão naturalmente

Começa a cair uma chuva inesperada
Surge um aglomerado de água por todo o chão
Prolongando os teus passos

Os teus caracóis, agora molhados,
Movem-se por si só
A tua indumentária discreta
Salienta-se no meio da multidão
Excêntrica no vestir e no ser
Que parou só para te ver

Por de trás da música sonante
Ouvem-se mais gritos estridentes
Desta vez já não furiosos,
São de excitação, de euforia
Por te ver dançar

Danças como o rei
Com um toque tão pessoal
Que te faz tão especial

Não há palavras que te descrevam
Não és um simples bailarino
Que dança por dançar
Para fazer o tempo passar

Dedicas-te de corpo e alma
És o coração de cada passo
És a alma de cada bailarino
És o corpo de cada coreografia
És a dança

Marisa V

O lume

"Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá

Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter

Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar

Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti

Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar "

Mafalda Veiga

domingo, 12 de agosto de 2012

História de amor


Venho-te contar uma história de amor,
No fundo não passa da razão
Por que te chamo “meu mundo”, “meu tudo”
E não só minha paixão

És vinte e quatro horas do meu dia
Despertas-me de manhãzinha
Com os raios de sol
Do teu “bom dia”
A penetrar nos meus olhos
Que se entreabrem para ti

És um pequeno-almoço na cama
Seguido de uma manhã enroscados no sofá
A vaguear por conversas
De partilhas de histórias reversas
De tudo e de nada
Sobre mim, sobre ti, sobre nós

Envoltos numa manta de beijos e carícias
Que nos aquece do mundo lá fora que nos vislumbra
Quando aparece a sua penumbra inesperada
Tornando a manhã de sol enublada

És a chuva onde quero dançar
Até ao arco-íris que me fazes viver
Na cor que me trouxeste
No meio da tempestade
Oferecendo-me nova cor e luz

Numa tarde bem passada
Com um passeio de mão dada
À beira-mar sobre a areia ainda molhada
Que vai aparecendo ao esvaziar do mar
Selando o nosso amor
Que assim vai padecendo intocável

Num inquebrável fim de tarde
Ao pôr-do-sol na praia deserta
És o meu horizonte que me chama com astúcia
Mostrando-me o nosso caminho
Envolvendo-me no abraço de carinho
Como uma criança que abraça o seu preferido urso de pelúcia  

Fitas-me com esse teu olhar
Pegas-me na mão,
Levas-me para um novo passeio
Sob o olhar atento e terno das estrelas
Que nos guiam um para o outro
Eliminando qualquer devaneio

Seguimos para casa sempre abraçados
Enamorados numa paixão
Que há muito já se tornou num amor viciante

Levas-me para a cama onde me deitas
Com um beijo de boa noite
És o meu cobertor que envolve e me aquece

Permanecendo assim noite fora
Até ao raiar de um novo dia
Em que me conquistas
Como conquistaste outrora
Imortalizando este amor
Que apaixonado como no primeiro dia,
Assim padece, cheio de cumplicidade, cheio de fervor

Marisa V

sábado, 11 de agosto de 2012

Entrada na história...

Uma sementinha te originou,
Crescentes e crescente,
Num lugar que alguém a plantou,
Viveste e viveste,
Num quentinho que tua mãe deixou…

Uma florzinha botou,
Rebentado seu botão,
Uma florzinha criou,
Nova luz no coração,
De quem a semeou…

Uma árvore ensinou,
Outra acompanhou,
As duas educaram,
A flor que juntos semearam…

Uma terra enriqueceu,
Com a flor que nasceu,
Que no meio das árvores,
Se fortaleceu…

Uma raiz infiltrou-se,
Junto dos flores crescidas,
Junto de sementes protegidas,
Pelas árvores fortalecidas,
Com o amor das flores,
Hoje amadurecidas,
Pelas águas ricas,
Deitadas pelas mãos,
Das árvores da sabedoria…

A aventura da vida,
Começou com a sementinha,
Passando a flor,
Crescendo com a luzinha,
Do sol amigo,
Tornando-se uma árvore…

A ti, te deram raízes,
Numa terra não por ti escolhida,
Por ti acolhida,
A ti, te ofertaram amor,
Por ti recebido,
Por ti partilhado…

As raízes foram-te dadas,
Mas a força que eles enraizaram
Na terra acolhida,
És tu que decides,
É a tua força de arvore,
A tua fragilidade de flor
A tua personalidade de semente,
Que cria as raízes,
As que queres enraizar,
Na terra acolhida…

Novos terras te chamaram,
Para decorares seus jardins,
Novas árvores te indicaram,
Novos rumos para atingires teus fins…

Procura sempre novas terras,
As terras que queres criar novas raízes,
Aquelas em que moram teus sonhos,
Tornando os teus dias felizes…

Vai e cria novas raízes,
Em novos jardins,
Em novos terrenos,
Mas nunca te esqueças,
Das arvores da sabedoria,
Que te deram as raízes que hoje possuis,
Para plantares nesses novos terrenos…

A origem das nossas raízes,
São porta de entrada para a nossa história...

Susana V

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Estrelas sonhadas


A noite está quente
Salto da cama de repente
Visto algo rápido
E saio para a rua
Quase sem pensar

O céu está estrelado
E quando dou por mim
Já estou noutro lado
Há um minuto isolada no quarto,
Há um segundo perdida no meio da rua,
Agora saltando por entre as estrelas

Salto nas estrelas
Percorrendo os meus sorrisos

São estrelas de sonhos
Que anseio concretizar
Guardados nas estrelas
Para um dia os alcançar

São estrelas pessoas
Que a vida fez questão de afastar
Iluminadas pela sua luz brilhante
Para nunca as apagar

São estrelas sonhadas
Reais nas almofadas
Que me embalam o sonho dos sonhos
Onde tudo é possível
Onde danço triunfante
Por entre estrelas iluminadas
Num universo especial
Que me iluminam
Não só os sonhos como a vida real

Marisa V

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Corrida à vitória...

Carrego no meu pensamento,
A vida agitada que possuía,
A vida em que o tempo,
Era escasso e nada fazia,
Para além, de organizar meu tempo,
De forma, a fazer e entregar tudo a tempo,
Na escola que hoje, só trago no meu pensamento…

Vivi contando as horas,
Distribuindo trabalho pelo dia,
Organizando tarefas durante a semana,
Planeado actividades durante o mês,
Trabalhando com dedicação todo o ano…

Corria na pista do trabalho,
Corria sem olhar para trás,
Somente interessava a frente,
Onde morava a medalha valiosa de tudo o trabalho…

Somente trabalhava para a escola da vida,
Só corria na pista da conquista da medalha,
Simplesmente só trabalhava pelo que mais queria,
Pela conquista da medalha que há três anos luzia…

Corri na melhor pista,
Que até hoje percorri,
Corri ferozmente rasgando o vento,
Atingindo a minha melhor medalha,
Aquela que hoje guardo no meu pensamento…

Corri, rasguei a meta,
Recebi a medalha desejada,
Corri tanto para que à meta chegasse,
Hoje queria voltar a correr,
Na pista que mais amei defender,
Hoje queria voltar a rasgar a meta,
Na final que amei vencer…

Hoje depois de tanto esforço,
De dedicação ao que mais amo fazer,
Não tenho nenhuma ocupação,
Não tenho uma pista para correr…

Hoje não sei o que me espera,
Corri ontem para uma meta,
Hoje corro numa corrida,
Contra as adversidades da vida,
Corro atingindo meu sonho,
Minha meta de chegada,
Ao meu paraíso de sonho…

Não sei quantas corridas tenho de fazer,
Para chegar à fita que quero cortar,
Não sei com quantos adversários vou sofrer,
Para lutar até vencer…

Não sei meu futuro,
Só sei a medalha que quero
Num futuro…

Do meu futuro desconheço,
Mas do rumo eu conheço,
Aquele que hoje traço,
Para amanhã ser a VITÓRIA,
Que ontem tracei…

Susana V

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arte ou vandalismo


Passeio pela cidade
Rodeada pelo que ela enverga com vaidade

Prédios, muros, fachadas
Estão à minha volta

Tudo normal,
As pessoas andam de um lado para o outro
Sem parar para ver o que as rodeia
Já sabem o caminho de cor
Não se importam com o que está
Mesmo ali ao lado
Com o que os brinda ao seu redor

São grandes, são pequenos
São desenhos, são palavras,
São coloridos, são monocromáticos,
São perfecionistas, são abstratos

São muitos em todo o lado,
Espalhados pelos recantos da cidade
Os grafitis geram a confusão
Pelos que os que abominam
Pelos que se rendem aos seus encantos

São muitas as discussões
De já muito tempo
Sem nenhumas conclusões
Com tantas e tão distintas opiniões

Arte ou vandalismo?!
Depende do carisma

Marisa V

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sou de música


Faço do meu diário pessoal
Um variado álbum musical
Com todas as músicas da minha vida
Que me marcaram,
Que me mudaram,
Que me construíram,
Que contam a minha história
Que me fazem avivar a memória
Àquele momento, àquela pessoa, àquela glória

Percorro a minha existência
Ouvindo aquela melodia diferente
Que faz parte da minha essência

Começo pela música que ouvia em criança
Não porque a queria, mas porque estava ali a tocar
Aquela música que ainda hoje oiço
E tão naturalmente faz parte de mim

Vou percorrendo todas as outras
As que descobri sozinha,
As que me expuseram,
As que apareceram ao acaso

Todas elas com um sentido especial
Tanto pela letra profunda
Que me toca o coração
Tanto como a lembrança de um momento banal
Que me acende a recordação

Sou do rock puro
Que me eleva o estado duro
Me extasia na sua rebeldia

Sou do reggae jamaicano
Que me evoca o lado humano
Me acalma na sua calmaria

Sou do pop non stop
Que todos ouvem e me contagiam

Sou do fado português
Que me canta a chorar

Sou da eletrónica agitada
Que me põe a dançar

Sou da música acústica
Que me deixa encantada
Com a sua simplicidade
E me afoga a angústia

Sou da música que me acalma,
Sou da música que me alegra,
Sou da música quem me exalta,
Sou da música quem me revela,
Sou da música que me entristece,
Sou da música que me transforma,
Sou da música que me aquece e me arrefece,
Sou da música que me recorda

Sou feita de letras sinceras ou extravagantes,
Sou de melodias discretas ou ofegantes,
Sou de música!

Marisa V

Sereia do Mar...

São aventuras imprevistas,
Da qual hoje rimos,
Mas que ontem receamos,
São aventuras da vida,
Aquela que nos surpreende,
Amedrontando-nos hoje,
Alegrando nossa ceia amanhã…

São momentos espontâneos,
Proporcionados dia e noite,
Na vida surpreendente,
Aquela que vive ardente,
No corpo de quem anseia,
Pelos momentos espontâneos,
Aqueles que nos arrancam sorrisos,
Que nos trazem felicidade,
Com o mais puro momento de bondade…

São os sorrisos impulsivos,
De quem não controla uma gargalhada,
De quem ri, por tudo e por nada,
De quem tem sorrisos,
Em vez de lágrimas,
Preenchendo seu coração,
São os sorrisos impulsivos,
Os que melhor enfeitam,
Uma face ontem lavada em lágrimas…

São os gestos inconscientes,
Oferecidos por gentes diferentes,
Que tornam os melhores momentos espontâneos
Formando-os numa aventura imprevista,
Trazendo efeitos de sorrisos implosivos,
No rosto de quem vive aproveitando,
Os inconscientes da vida,

São as aventuras, que originam momentos,
Os momentos que se transformam em sorrisos,
Os sorrisos que remetem a gestos,
Gestos que findam em acções marcadas no areal,
O areal da vida,
Aquele em que pisas,
Aquele em que deixas a marca,
Dos teus pés pesados
Dos pés descalços,
Que pela vida passaram
Que pela vida deixaram,
As marcas das suas aventuras,
Na sereia do mar, a areia…

Pegadas são feitas, em dois dias da vida,
O ontem e o hoje,
Ontem já passou,
O hoje VIVE,

Não deixes a sereia do mar,
Sem marcas da tua presença,
Faz valer a pena, o hoje…

Susana V

domingo, 5 de agosto de 2012

A chama está acesa

A chama está acesa
Está tudo a postos:
Atletas nos lugares
Júris bem atentos

Três, dois, um. Tiro

Que comece a prova

Saltos, corridas, natação
Judo, ginástica, vela
E tantos mais que existem

Todos lutam pelo mesmo:
Dar o seu melhor!

É a nata das natas,
A grande competição

Todos querem ganhar
O título Olímpico,
A medalha digna de deuses
Para casa levar
Para se glorificar

São os melhores dos melhores
Só o facto de ali estarem
Lhes aumenta o ego
Aquela simples participação
Em tão importante acontecimento
Basta-lhes para sentirem o doce sabor da glória

Mas eles querem mais!
Ali ninguém corre só por prazer
Têm sede de vitória
Querem ficar na história!

São grandes desportistas
Dos maiores países
Com mentes abertas
Que os apoiam
Que lhes dão importância

Trabalham todo o ano
Para serem os melhores
É a sua única ocupação
Aperfeiçoar a sua vocação

E no outro extremo
Quem está lá?
São enormes lutadores
São os grandes conquistadores
Que raramente ganham medalhas

Vêm dos países pequenos
De mentes fechadas
Que não se preocupam
Que não os apoiam como merecem

São atletas,
São estudantes,
São trabalhadores,
São os verdadeiros lutadores

Lutam a cada dia
Desdobrando-se em vários
Multiplicando as horas
Fazem uma corrida contra o relógio
Não na competição
Mas sim para la chegarem,
Para se apurarem

O apuramento!
O seu grande titulo,
A primeira grande vitória,
O resto vem por acréscimo

Estar a competir com os melhores do mundo
Viver o sonho
Nem que seja só por um segundo

Também eles são os melhores,
Estão à altura de qualquer um
Na pressão da competição
Vingam os patrocínios, os apoios, a confiança
Na corrida até ao pódio

Mas não menosprezamos os nossos atletas
Glorifiquemo-los!
Orgulhemo-nos deles!
São os heróis da nação

Não jogam futebol,
Não ganham salários milionários,
Não aparecem nas revistas,
Não nos dão muitas conquistas

Mas têm a garra de lutar
Conquistaram um lugar
Por que tantos sonham

Se eles têm esperança
Se eles acreditam
Porque é que temos que os ignorar?
Abramos as mentes!
Acreditemos!

Marisa V

sábado, 4 de agosto de 2012

Coração Incompleto

O sentimento vive,
Acesso no meu coração,
Naquele que não esquece,
Quem vive,
Quem deixou alguma recordação…

Em mim vivem chamas,
A chama da alegria,
Da tristeza,
Da paixão,
Da saudade,
Chamas bem acesas,
No meu coração incompleto…

A saudade é a chama,
Mais alta, que vive em mim,
A saudade que tenho de ti,
Aquela que se sente,
Jamais se explica,
Aquela que mora em mim,
Sendo ela por ti,
Aquela que chora,
Quando não tenho espaço em mim,
Lembrando-me de ti…

A distância é a barreira,
Que me impede de chegar a ti,
Que impede que chegues a mim,
Tu, atravessando mil milhas no ar,
Eu, nadando outras mil milhas no mar…

As ondas impedem me de te ver,
Abraçar e beijar,
Impedem-me de chegar até ti,
E nunca mais te deixar…
O sentimento permanecerá eternamente,
No lugar mais precioso que tenho,
As chamas continuarão acesas,
Sendo perdida a chama da saudade,
Quando eu chegar até ti…

Susana V

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Escrever é esquecer"

“Escrever é esquecer”
Ler é permanecer esquecido
No meio de tanto ler e escrever
Elevo-me a uma realidade paralela
Saio da minha vida
Sem sequer sair dela

“A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida”
Perco-me por entre palavras, pontuações,
Divirto-me entre parágrafos, capítulos, citações
Leio novos mundos, novas vidas
Escrevo novas personagens de mim mesma
Em novos momentos reais por escassos segundos
Em que me perco e me encontro
Com a minha alma divagadora
Que a leitura tanto me acalma
Por ser tão sonhadora

“A música embala”
Os meus sonhos, os medos,
As minhas recordações, os meus segredos
Num balançar de emoções
Perante as notas que esvoaçam
Pela minha alma

“As artes vivas (como a dança e o representar) entretêm”
Com os seus movimentos,
Com as suas performances
Que me prendem a atenção

Todas as artes são dignas
Todas as artes, feitas com sentimento, são belas
E me remetem para diversos pensamentos, sensações
Umas mais que outras, com toda a sua nuance
Mas a literatura é-me especial
É aquela que me sobrevoa
Fazendo elevar o espírito
A uma frase que perdura
Do grande que é Pessoa
Na sombra de Bernardo Soares
Que me transporta ao seu “Desassossego”

Porque assim como ele penso
“Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.
A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm.”

Então escrevo e esqueço
Dou-me à literatura
Para não me dar a mim
Para não me dar à real vida
Que agradavelmente ignoro assim

Marisa V

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Óscar musical...


As notas musicais, 
Soam nos meus ouvidos,
Trazendo-me momentos especiais,
Que por mim foram vividos,
Junto de pessoas fenomenais…

As letras encantadoras,
Maravilham meus dias,
Tornando-as vencedoras,
De óscares das alegrias,
Que me oferecem todos os dias,
Que as oiço,
Avivando minha memória,
Recordado cada história,
Que por detrás das vencedoras,
Se esconde o sentimento,
De cada óscar …

As mensagem avassaladoras,
Que descubro no meio dos óscares,
São as mais puras lutadoras,
Que transmitem as mais verdadeiras mensagens,
Que movem mentes,
Que agitam pensamentos,
De quem ouve ou lê sua mensagem…

As batidas inesquecíveis,
Fazem musicas imperdíveis,
Para os ouvidos sensíveis,
Que à primeira batida,
Deixam de serem fortes, mas sim fragéis,
Deixam a lágrima da saudade,
Escorrer pelo rosto,
De quem se deslumbra,
Por tais batimentos celestiais,
Que fazem recordar eternos momentos especiais…

As musicas são únicas,
Cada uma toca suas notas,
Compõe sua letra,
E deixa sua mensagem,
Em cada ouvido,
Que ouve cada batimento,
Como uma mera miragem,
Que foi para si um momento,
Passado ouvindo tais musicas únicas...

Cada pessoa oferece óscares,
Oferece às musicas,
Que cantam seus valores,
Que gritam pelos seus louvores,
Que sussurram pelos seus amores…

Óscares são oferecidos,
Ás musicas que trauteiam,
Lindas mensagens oferecidas,
Aos meus ouvidos,
Interpretadas pela minha cabeça,
Guardadas para sempre no meu coração…

Susana V