Ler é permanecer esquecido
No meio de tanto ler e escrever
Elevo-me a uma realidade paralela
Saio da minha vida
Sem sequer sair dela
“A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida”
Perco-me por entre palavras, pontuações,
Divirto-me entre parágrafos, capítulos, citações
Leio novos mundos, novas vidas
Escrevo novas personagens de mim mesma
Em novos momentos reais por escassos segundos
Em que me perco e me encontro
Com a minha alma divagadora
Que a leitura tanto me acalma
Por ser tão sonhadora
“A música embala”
Os meus sonhos, os medos,
As minhas recordações, os meus segredos
Num balançar de emoções
Perante as notas que esvoaçam
Pela minha alma
“As artes vivas (como a dança e o representar) entretêm”
Com os seus movimentos,
Com as suas performances
Que me prendem a atenção
Todas as artes são dignas
Todas as artes, feitas com sentimento, são belas
E me remetem para diversos pensamentos, sensações
Umas mais que outras, com toda a sua nuance
Mas a literatura é-me especial
É aquela que me sobrevoa
Fazendo elevar o espírito
A uma frase que perdura
Do grande que é Pessoa
Na sombra de Bernardo Soares
Que me transporta ao seu “Desassossego”
Porque assim como ele penso
“Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.
A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm.”
Então escrevo e esqueço
Dou-me à literatura
Para não me dar a mim
Para não me dar à real vida
Que agradavelmente ignoro assim
Marisa V
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