segunda-feira, 13 de agosto de 2012

És a dança


A noite escura sussurra o teu nome
Por entre gritos furiosos
Está um calor estranho no ar
A música começa a tocar
E a pista improvisada
Enche-se de luz

Surges por entre a multidão
Ficas bem no centro
Dos bailarinos já presentes
Danças como ninguém
É algo que vem de dentro,
Da alma, do coração

Controlas a dança
Controlas os bailarinos
Controlas tudo o que te rodeia
Apenas com os teus passos
Que te fluem tão naturalmente

Começa a cair uma chuva inesperada
Surge um aglomerado de água por todo o chão
Prolongando os teus passos

Os teus caracóis, agora molhados,
Movem-se por si só
A tua indumentária discreta
Salienta-se no meio da multidão
Excêntrica no vestir e no ser
Que parou só para te ver

Por de trás da música sonante
Ouvem-se mais gritos estridentes
Desta vez já não furiosos,
São de excitação, de euforia
Por te ver dançar

Danças como o rei
Com um toque tão pessoal
Que te faz tão especial

Não há palavras que te descrevam
Não és um simples bailarino
Que dança por dançar
Para fazer o tempo passar

Dedicas-te de corpo e alma
És o coração de cada passo
És a alma de cada bailarino
És o corpo de cada coreografia
És a dança

Marisa V

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