sábado, 29 de dezembro de 2012

Já nada é como era

Porque é que tinhas de mudar?
Porque é que tinhas de ficar assim?
Eu sei que nada é eterno,
Que à medida que passa o tempo
As coisas vão mudando,
Tudo vai piorando

Já nada é como era
Sei que é inevitável
Mas podias ser mais estável

Cresci contigo a meu lado
Sempre pronta a ajudar
Sempre disponível para me apoiar

Hoje já mal te conheço,
Olho para trás
E já não consigo me rever
Os bons momentos passados

Olho para a frente
E por mais que tente
O que eu consigo prever
É mais pura escuridão

Tenho medo
Não sei com lidar com a situação
Não sei o que dizer, o que fazer

Tudo o que faça ou diga
Tu censuras
Sinto-me marcada pela caneta vermelha
Com que rasgas o meu coração

Por te estares a tornar noutra pessoa
Por não suportar viver contigo

E eu tentei,
Eu tento ainda

Quantas vezes respiro fundo…
Quantas vezes me calo…

E cada silêncio meu
Perdido em mais um ataque teu
É-me como um estalo
Que me deita ao chão

O chão…
Nem chão tenho
Já não sei onde me amparar

Sou das tuas vítimas preferidas
Eu que sempre estive aqui
Ao pé de ti
Quando te sempre queixaste
De estares sozinha

Mas é assim
Diz que são os mais próximos que mais sofrem
Os outros apenas permanecem
Na ignorância do que eu sofro

Os outros são uns santos sem altar
Eu, nós somos as odes de malfadar
O aglomerado de todos os defeitos
Padecentes dos teus feitos

Quero fugir
Mas não tenho para onde
Quero-me afastar
Preciso de te não ouvir
Preciso da paz que me tiraste

Que me tiras todos os dias
Com todas as tuas manias
De me criticar
Fazes-me sentir que este não é o meu lugar

Marisa V

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