Nas ruas da cidade,
Passeiam gentes desconhecidas,
Nas ruas da cidade,
Vivem gentes desconhecidas,
Umas das outras,
Vivem gentes que por vezes apenas,
Querem ser compreendidas,
Entendidas,
E acolhidas,
Numa cidade,
Que nunca foi a delas,
E que hoje é totalmente desconhecida...
Nos paralelos dos passeios,
Que ladeiam as casas,
Andam gentes sozinhas,
Procurando um mapa,
Que lhes guie para o futuro desejado,
Que tanto procuram e não encontram...
Todos nós vivemos numa aldeia,
Numa cidade ou numa vila,
Todos nós pertencemos a um lugar,
Lugar esse que possui as nossas origens,
Os nossos valores e nossas tradições,
Mas... existe um dia,
Em que a nossa cidade fica para trás,
E outra cidade temos de habitar,
Outra aldeia ou vila temos de pisar,
Para nosso futuro melhorar e conquistar,
Quando a outra cidade chegamos,
Desconforto sentimos,
Por não conhecermos ninguem,
Por não termos as nossas bases...
É nesta altura,
Que sabe bem,
Ouvir um bom dia,
Agradecer uma ajuda,
É nesta altura,
Que valorizamos a nossa cidade,
A nossa aldeia, ou nossa vila,
Porque não a possuímos,
E a outro local temos de nos tentar integrar,
Deixando o nosso já integrado, para trás...
E os outros!?
Os outros que aparecem,
Nas nossas aldeias, cidades ou vilas,
Vindos de outras aldeias, cidades ou vilas,
Que chegam e nada conhecem,
A não ser as bagagens que trazem,
Precisam de alguém,
Que lhes diga, bom dia,
Que lhes estique a mão,
Ajudando nas coordenadas que devem tomar,
Nos caminhos que devem iniciar,
Para o seu futuro poder conquistar...
Nas cidades, nas aldeias ou nas vilas,
Não há pessoas especiais,
Que possam ajudar,
Que te possam indicar os caminhos a percorrer,
Há sim todos nós,
Que vivemos, que podemos contribuir,
Para os outros, ajudando-os,
Dando-lhes a pertença a uma comunidade,
Que nunca foi a deles,
Assim faremos,
O que gostávamos que um dia alguém,
Fizesse por nós,
Quando não estivéssemos,
Debaixo do tecto que nos viu crescer...
Susana V