Estou rodeada de espelhos falsos
Que me iludem com características erradas
Do que sou e do que vejo
Uns dizem-me alta, outros baixa
Uns veem-me gorda, outros esquelética
Todos criam-me deformada
Dos padrões da sociedade padronizada
Numa realidade passivamente massificada
Farto-me de todos estes padrões
Parto os espelhos sem medos de superstições
Ideias mitos sem nexo
Que fazem parecer tudo tao complexo
Viro costas às opiniões
Que crescem como ervas daninhas
Espalham-se por aqui e por ali
Nunca estão sozinhas
Embaciando tudo o que vi
Vivo agora para só mim
Longe da prisão visão
Rotulagem de outrem
Que não passa de uma miragem
Que não me adequa a ninguém
Vivo sem rótulos
Dou-me ao mundo a pensar
Como é existir assim
Longe de paradigmas estereotipados
Que nos fazem sentir culpados
De sermos quem somos
De termos ido onde fomos
Vou ao fundo da questão
Não sou animal de estimação
Domesticado ao olhar de quem me tem
Porque eu sou minha
Não de mais não sei quem
Não sou gueto, nem gótica
Não sou paz, nem neurótica
Não sou guerra, nem espiritual
Não sou um bicho, nem normal
Não sou de homem, nem de mulher
Sou o que eu quiser
Para quem me querer
Esteja eu onde estiver
Estou livre do meu ser
Para ser livre no crer
Marisa V
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