segunda-feira, 2 de julho de 2012

Troféu final


Nunca se pode dizer que tudo está bem
Porque até quando o dia tem tudo para ser perfeito
Quando as coisas estão a deslisar na perfeição
Pode surgir uma falha no caminho
Que nos faça tropeçar

Numa queda dolorosa
Em que vemos o que conquistamos a pouco e pouco
Ruir de repente sem mais nem porquês
Simplesmente cai a pique
Num buraco fundo e frio
Que se abre ímpeto numa pista de gelo
Fazendo-nos desistir até nos virem salvar
Para depois voltarmos à luta pela conquista do troféu final
Desde o doloroso começo

Começamos a patinar bem devagar
Porque sabemos que é perigoso
E temos noção da frágil camada de gelo
Que separa a nossa liberdade de deslizar
Da água gelada que nos prende e inibe
Qualquer movimento

Mas à medida que nos vamos habituando,
Vamos ignorando o perigo
E de repente já estamos tão ambientados
Que já nem nos lembramos do gelo fatal

Deslizamos, rodopiamos, saltamos
Para conquistar a melhor pontuação
Nem pensamos que basta um simples deslize
Para que o final seja o pior

Só queremos ganhar
E acabamos por esquecer o melhor
Esquecemos o mais importante
Que a vida não é um jogo feito só para ganhar
Mas sim um jogo onde nos possamos divertir
Sem pensar no que virá depois

Devemos dar valor ao que temos
E aproveitar cada momento
Mas sempre com a noção que a felicidade não é inquebrável,
Que vivemos numa pista de gelo facilmente quebrável

E nós…
Nós somos apenas uns patinadores
Conduzidos pela nossa experiência de patinar
Limitados pela fragilidade do destino gelado

Por isso devemos aproveitar
O momento em que estamos no auge
Numa pirueta vitoriosa
Sentir a felicidade gloriosa
Esse sim é o melhor troféu
Apenas sorrir e sentir o céu

Marisa V

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