No areal da vida,
Hoje sinto um formigueiro,
Nos pés descalços,
Assentes na areia espalhada,
Pelas ondas manda-as por um feiticeiro,
Dando abraços,
Aos vagos da areia molhada…
Estou estendida,
Na toalha sobre a areia,
Estou de olhos fechados,
Apenas vejo o vermelhão,
A cor do sol,
O calor do verão,
A única cor,
Que atinge minha visão…
Permaneço minutos após minutos,
Embrulhada na melodia suave,
Das ondas aos abraços com a areia,
Rodeada de pensamentos,
De como as ondas suaves,
Chegam e vão,
Sem dizerem de onde vem,
Sem explicarem para onde vão…
Aparecem vindas, não sei de onde,
Chegam à nossa beira,
E rebentam,
Recuam não sei para onde,
Vão, mas deixam a marca,
Da sua presença,
A espuma que se forma,
Na beirinha da água,
Que ninguém sabe onde se transforma,
Só se sabe que é espuminha,
Deixada pelas ondas misteriosas…
São dias após dias,
Que permaneço deitada,
Ou mesmo sentada,
A olhar para tal mistério,
A observar tal magia
Que é o nascer da onda…
As questões ficam, sem resposta,
O mistério permanece, sem desfecho,
As ondas continuarão a cantar.
O mar continuará sem feicho,
Para fechar o mistério,
Que tende a encantar…
A vida é um mistério,
Nunca totalmente desvendado…
Susana V
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abre a tua alma...