Entre o calor lá fora na rua
E fresco dentro de casa
Estranho sem dar o devido valor
Pois sempre que há muito calor na rua
Em casa ou onde faça sombra
Está e estará sempre mais fresco,
A não ser que seja um calor artificial
Estranho mas não devia de estranhar
Porque afinal tudo (ou quase tudo) na vida
Vive desta diferença entre o interior e o exterior,
A não ser que um deles seja falso
A realidade de uma pessoa
É nada mais que o seu interior,
O que pensa, o que sonha, o que sente;
O seu exterior é apenas uma imagem
Uma ilusão óptica do que somos
Pois não passamos de uma figura abstrata
Pintada com os tons do nosso pensar
Na tela da vida do nosso imaginar
Somos o que não somos
Sem querer e sem lamentar,
Sempre fomos assim
Desde o princípio da vida humana,
Todos somos e fomos e nada mudará
Agimos sem pensar,
Pensando que estamos a pensar
Quando na realidade estamos a seguir
Os padrões uniformes e nada flexíveis da sociedade
Podemos até pensar que somos diferentes,
Mas na verdade superficial
Somos todos iguais,
Banais entre a multidão
Que passa sem saber por onde passar
Perdidos no mundo dos sonhos
Em que somos alguém
Vivemos a sonhar, e ainda bem
Porque quem vive a sonhar vive bem
E se não se sonhar, não se vive
Marisa V
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